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Desempregados, letrados sem casa: quem são as pessoas em situação de rua em SC

  • Foto do escritor: Easy Rio do Sul Fm Radio
    Easy Rio do Sul Fm Radio
  • 13 de jul.
  • 3 min de leitura

Um levantamento do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) mostra que a maior parte das pessoas em situação de rua do estado frequentou a escola, não convive com a família e tem no desemprego a principal justificativa da condição social enfrentada.

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O diagnóstico também apresenta as principais falhas da rede de atenção a esse público nos municípios, como problemas estruturais, baixa cobertura e falta de articulação entre serviços públicos. O estudo foi realizado nas 13 cidades com os maiores registros dessa população.

  • Grande Florianópolis (Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu);

  • Foz do Rio Itajaí (Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú e Itapema);

  • Joinville;

  • Blumenau;

  • Criciúma;

  • Tubarão.

De acordo com o relatório do Ministério Público, as características das pessoas que vivem nas ruas de cidades catarinenses são parecidas. Entre os principais motivos que levaram a essa condição, estão o desemprego, problemas familiares e perda de moradia.

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Nas cidades de Florianópolis, Palhoça, São José e Biguaçu, o sexo que predomina entre as pessoas em situação de rua é o masculino, com 87,33%, na faixa etária de 30 a 39 anos (29,86%) e de etnia branca (58,16%).

Entre as 4.500 pessoas que vivem nessas cidades, 95,98% já frequentou a escola, 94,36% sabe ler e mais da metade (50,36%) vive na rua há até seis meses, desde que fez a última atualização do CadÚnico. Os motivos mais comuns para estar na rua são desemprego (52%), problemas familiares (32%) e alcoolismo, ou vício em drogas (20%).

Foz do Rio Itajaí

O mapeamento do Ministério Público aponta que 1.675 pessoas em situação de rua vivem nas cinco cidades contempladas pela região. A maior parte delas é homem (90,88%), entre 30 e 39 anos (31,99%) e branca (64,14%).

Quase todas as pessoas em situação de rua desse recorte já frequentaram a escola (97,06%) e sabem ler (95,52%). A maioria também vive na rua há até seis meses (50,89%) em razão de desemprego (58%), perda de moradia (41%) e problemas familiares (34%).

Joinville

Menos de mil pessoas (963) vivem nas ruas de Joinville, no Norte de Santa Catarina, segundo o mapeamento do MPSC. Esse público também é, majoritariamente, homem (90,82%), entre 30 e 39 anos (31,58%), e branco (58,95%).

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Assim como nas demais regiões, quase todas as pessoas em situação de rua já frequentaram a escola (97,38%) e sabe ler (95,88%). Boa parte não tem onde morar há até seis meses (49,34%), sob a justificativa de desemprego (50%), problemas familiares (44%) e alcoolismo, ou vício em drogas (34%).

Blumenau

Segundo o MPSC, 494 pessoas vivem nas ruas de Blumenau, sendo 92,12% homem, branco (64,79%), na casa dos 30 a 39 anos (31,54%). Quase todos já frequentaram a escola (97,72%) e sabem ler (97,72%).

Mais da metade vive na rua há até seis meses (52,49%), desde a última atualização do CadÚnico, em março de 2025. Dentre as motivações, estão o desemprego (68%), alcoolismo e vício em drogas (43%), e problemas familiares (40%).

Criciúma

A situação das 429 pessoas que vivem nas ruas de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, é semelhante ao visto nas outras regiões. A maior parte das pessoas em situação de rua é homem (89,66%), entre 30 e 39 anos (38,24%) e branco (68,65%).

Boa parte dele público já frequentou a escola (95,30%) e sabe ler (94,04%). Vive na rua há seis meses (32,29%). Dentre as principais justificativas para estar na rua, estão problemas familiares (49%), alcoolismo e vício drogas (43%), e desemprego (42%).

Tubarão

Em Tubarão, onde 234 pessoas vivem nas ruas, o panorama repete o padrão visto nas demais cidades catarinenses. A maioria desse público é homem (91,12%), entre 30 e 39 anos (29,34%), e branco (77,61%).

Apesar de um percentual mais baixo, a maior parte das pessoas em situação de rua dessa cidade já frequentou escola (93,82%) e sabe ler (89,96%). Essa parcela da população na rua há até seis meses (33,98%), por problemas familiares (51%), alcoolismo e vício em drogas (35%), e perda de moradia (31%).


Segundo o grupo, experiências internacionais mostram que a integração entre políticas sociais e forças de segurança tem gerado melhores resultados. Casos como Chile, Alemanha e Argentina foram citados como referências.

Com base no diagnóstico, o Ministério Público pretende elaborar recomendações aos municípios e, se necessário, ingressar com ações judiciais para garantir o cumprimento das políticas. Também está prevista uma campanha de comunicação para combater preconceitos e divulgar informações sobre a realidade das pessoas em situação de rua.


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